De Recife à Paris, Josué de Castro investiu seu trabalho no combate à fome. O nutrólogo, além de professor e político, atuou também como diplomata e integrou ativamente diversos órgãos internacionais. Conheça a seguir algumas das ações que renderam a Josué o título de “cidadão do mundo”:
Em 1947, Josué de Castro exerce o cargo de membro do Comitê Consultivo Permanente de Nutrição da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês).
Entre 1952 e 1956, preside o Conselho Executivo da FAO.
O que é a FAO?
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) lidera os esforços internacionais de erradicação da fome e da insegurança alimentar.
Criada em 16 de outubro de 1945, a FAO atua como um fórum neutro, onde todos os países, desenvolvidos e em desenvolvimento, se reúnem em pé de igualdade para negociar acordos, debater políticas e impulsionar iniciativas estratégicas.
A FAO trabalha no combate à fome e à pobreza, promove o desenvolvimento agrícola, a melhoria da nutrição, a busca da segurança alimentar e o acesso de todas as pessoas, em todos os momentos, aos alimentos necessários para uma vida ativa e saudável.
Reforça a agricultura e o desenvolvimento sustentável, como estratégia a longo prazo para aumentar a produção e o acesso de todos aos alimentos, ao mesmo tempo em que preserva os recursos naturais.
Fonte: Nações Unidas
Em 1957, Josué funda e preside a Associação Mundial de Luta Contra a Fome (Ascofam).
Com a criação da Ascofam, o diplomata demonstrou seu compromisso e credibilidade quanto ao tema, convidando para integrar a organização o fundador da Universidade da Paz e prêmio Nobel da Paz, Padre Pire, Padre Joseph Lebret, René Dumont e Oswaldo Aranha.
Nas próprias palavras de seu fundador, a Ascofam apresentava o objetivo de "agir como um catalisador que acelere a transformação de um vasto conjunto ou complexo social no qual está indissoluvelmente englobado o fenômeno da fome." Para atingir esta meta, a associação buscava pautar suas ações a partir de interesses supra-nacionais, visando à segurança da humanidade. Buscou realizar atividades de sensibilização, pesquisa, formação de pessoal e elaboração de projetos que promovessem o desenvolvimento socioeconômico das áreas ameaçadas pela fome.
Fonte: Projeto Memória Josué de Castro
Em 1962, Josué atua como embaixador do Brasil junto aos órgãos da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, na Suíça.
Instaurado o Ato Institucional nº 01 no Brasil, no contexto da ditadura militar, Josué de Castro, em companhia de Miguel Arraes, Seixas Dória, Darcy Ribeiro, Celso Furtado e Leonel Brizola, tem seu mandato e direitos políticos cassados. Demite-se então imediatamente do cargo de embaixador-chefe.
Em 1968, assume o cargo de professor estrangeiro associado no Centro Universitário Experimental da Universidade de Paris. Lá, exerce a função até o ano de sua morte, em 1973.